Poema do Dia

CICATRIZ CORPORATIVA

A força que movimenta o ato duro
é a mesma que rascunha o verso.

A mão que vai te alimentar agora
é a mesma que te espancará depois.

O coração que abraça hoje com amor
pode se perder no racional amanhã.

O mal feito, sentido, é o ato escrito.
De final triste, porque é todo razão.

Mão e coração são órfãos corporativos.
Lágrimas jamais lavarão o resultado.

Sobra mais cicatriz na construção
dum gestor, já tão marcado pelos anos.

Nem há a opção do perdão a pedir.
Porque nunca há porque perdoar.

Gerir é ser sim sem se afastar do não.
Não que só dói ante qualquer decisão.

O poder de decidir arqueia o ombro.
Solitário ser, afeito a sins e nãos.
Quanto mais não, mais arqueado fica.
Assim nos construímos no tal mundo.

Livros


Livros de Poesia


Voltar Topo Enviar a um amigo Imprimir Home