Poema do Dia

VAZIO

Estou vazio em mim mesmo.

Sem coragem ou medo por estar.

Nem ódio ou amor sinto.

 

Oco da cabeça aos pés, sou.

Dormente esperando “talvezes”.

O que virá nunca saberei.

O destino desaprendi a desenhar.

 

“Vegetalizando-me” espero sozinho.

Sem renascer ou morrer no Eu.

 

Apenas figuro inútil na multidão.

Flor murcha que ninguém colhe.

 

Meus passos não me levam.

O corpo segue, a alma fica.

 

Sem você sou muito só.

Desesperançado e doente.

Dói-me a solidão inerte,

feita para ficar neste vazio.

 

Vago sem reconstrução poder.

Jamais serei fim ou início.

Desisti de buscar para ficar

de mal comigo e com o mundo.

 

O vazio é minha realização perene.

Minha música e poesia morreram.

A cinza delas foi-se com você.

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