CAVALO, SANTO E POESIA
Estou carcomido na carne caída
e apenas ereto no espírito jovem.
Tenho cabeça para mais um século
e carcaça para nem mais um minuto.
Debruçado por cima do meu corpo,
sinto-me velho, noto-me passado.
É quando meu cavalo cai de joelhos
com o peso do meu santo em festa.
E se minha poesia é uma mulher,
juntaria carcaça e cabeça na hipótese
de comer poesia e crescer alegria,
para meu cavalo ser como meu santo.